
terça-feira, 28 de outubro de 2008
O você-meu

segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Espana-dor

- Quão prazeroso seria os utilitários domésticos domesticando-nos...

No país dos mamutes: festa. Deleitamos no momento porque o amanhã também a nós pertence e só amanhã falaremos sobre isso - quando já for hoje. No país dos mamutes liberdade. Voamos na altura, largura e profundidade que nos aprouve. Inventamos nosso certo e errado, nossas leis, nosso julgo e nosso perdão. No país dos mamutes: homens-deuses. Nós, criadores de nós mesmos, autores e consumadores de nossas dúvidas e certezas apoiadas em nosso fabuloso poder evolutivo. No país dos mamutes: sucesso. Abastecidos por aplausos e insuflados de elogios, encontramos o caminho do progresso, dos homens-deuses, dos deuses que somos. No país dos mamutes: conhecimento. Esse prazeroso veneno que alimenta-nos com verdades insípidas e dúvidas incolores, dissolvendo o que ainda nos sobrou da inútil fé. No país dos mamutes: Darwin. 1, 2, 3 e pluft (onomatopéia de varinha de condão): -Bem vinda Consciência! No país dos mamutes: falta. Espaço oco, vazio - entupido, quase derramando de festa, liberdade, homens-deuses, sucesso, conhecimento e varinhas de condão.

O rio de Heráclito
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
AnaliZoando
domingo, 19 de outubro de 2008
MOSAICO

O silêncio é o começo do papo
O bigode é a antena do gato
O cavalo é pasto do carrapato
O cabrito é o cordeiro da cabra
O pecoço é a barriga da cobra
O leitão é um porquinho mais novo
A galinha é um pouquinho do ovo
O desejo é o começo do corpo
Engordar é a tarefa do porco
A cegonha é a girafa do ganso
O cachorro é um lobo mais manso
O escuro é a metade da zebra
As raízes são as veias da seiva
O camelo é um cavalo sem sede
Tartaruga por dentro é parede
O potrinho é o bezerro da égua
A batalha é o começo da trégua
Papagaio é um dragão miniatura
Bactérias num meio é cultura.
Realidade onírica (e vice-versa)

O que nos separa do mundo dos sonhos? Como reconhecer a realidade? Sentidos? Materialidade? Não estão estes também presentes em sua experiência onírica? Não fazem dela um universo tão real quanto o... quanto a... Afinal, onde está o ladodecá e o ladodelá? Se o que nos separa é o ato de acordar, devíamos então nos ocupar em descobrir onde fomos parar em meios a tantos e tantos despertares...
"Sonhei, confuso, e o sono foi disperso,
Mas, quando dispertei da confusão,
Vi que esta vida aqui e este universo
Não são mais claros do que os sonhos são
Obscura luz paira onde estou converso
A esta realidade da ilusão
Se fecho os olhos, sou de novo imerso
Naquelas sombras que há na escuridão.
Escuro, escuro, tudo, em sonho ou vida,
É a mesma mistura de entre-seres
Ou na noite, ou ao dia transferida.
Nada é real, nada em seus vãos moveres
Pertence a uma forma definida,
Rastro visto de coisa só ouvida".
(Fernando Pessoa, 28-9-1933)

"Viver no presente, dizem. O poder do agora, dizem. A importância do momento, dizem. Mas o que é o presente? Onde está o agora? Que é do momento? No instante em que você chegar ao fim desta frase, o momento em que iniciou a leitura já terá passado. E mesmo isto é uma simplificação. O passado engole o momento letra a letra, segundo a segundo. O presente não existe, a não ser como ponto de um escoamento vertiginoso, uma hemorragia do tempo, em que um futuro potencial se converte incessantemente num passado virtual, que só existe na memória. O presente é esse espaço de conversão, de transmutação até, mas um espaço utópico, uma vez que não pode ser precisamente localizado em lugar nenhum. Estou aqui, mas não agora, porque o agora não está mais aqui, o agora se deslocou, ou então nunca esteve a não ser sob a forma desse deslocamento contínuo, elusivo, indefinível. É o movimento mercurial de um agora inexistente que engendra histórias, as minhas histórias, que mal e mal aglutino sob o nome de vida, as histórias do mundo, que desafiam as aglutinações dos historiadores, a história do universo, que produzo ao percebê-lo, mas a soma de histórias só se deixa engendrar porque não está mais aqui quem falou".
(texto de malprg.blogs.com/francoatirador)

ana e o mar
o teatro mágico
Composição: Fernando Anitelli
Veio de manhã molhar os pés na primeira onda
Abriu os braços devagar e se entregou ao vento
O sol veio avisar que de noite ele seria a lua,
Pra poder iluminar Ana, o céu e o mar
Sol e vento, dia de casamento
Vento e sol, luz apagada no farol
Sol e chuva, casamento de viúva
Chuva e sol, casamento de espanhol
Ana aproveitava os carinhos do mundo
Os quatro elementos de tudo
Deitada diante do mar
Que apaixonado entregava as conchas mais belas
Tesouros de barcos e velas
Que o tempo não deixou voltar
Onde já se viu o mar apaixonado por uma menina?
Quem já conseguiu dominar o amor?
Por que é que o mar não se apaixona por uma lagoa?
Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar
Ana e o mar... mar e Ana
Histórias que nos contam na cama
Antes da gente dormir
Ana e o mar... mar e Ana
Todo sopro que apaga uma chama
Reacende o que for pra ficar
Quando Ana entra n'água
O sorriso do mar drugada se estende pro resto do mundo
Abençoando ondas cada vez mais altas
Barcos com suas rotas e as conchas que vem avisar
Desse novo amor... Ana e o mar
Abriu os braços devagar e se entregou ao vento
O sol veio avisar que de noite ele seria a lua,
Pra poder iluminar Ana, o céu e o mar
Sol e vento, dia de casamento
Vento e sol, luz apagada no farol
Sol e chuva, casamento de viúva
Chuva e sol, casamento de espanhol
Ana aproveitava os carinhos do mundo
Os quatro elementos de tudo
Deitada diante do mar
Que apaixonado entregava as conchas mais belas
Tesouros de barcos e velas
Que o tempo não deixou voltar
Onde já se viu o mar apaixonado por uma menina?
Quem já conseguiu dominar o amor?
Por que é que o mar não se apaixona por uma lagoa?
Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar
Ana e o mar... mar e Ana
Histórias que nos contam na cama
Antes da gente dormir
Ana e o mar... mar e Ana
Todo sopro que apaga uma chama
Reacende o que for pra ficar
Quando Ana entra n'água
O sorriso do mar drugada se estende pro resto do mundo
Abençoando ondas cada vez mais altas
Barcos com suas rotas e as conchas que vem avisar
Desse novo amor... Ana e o mar
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Balaio do Pessoa
